Sabe aquela frase “vender um imóvel é um processo simples, só precisa de paciência”? Então… simples pra quem? Porque pra quem tem TDAH, ansiedade e um histórico de burnouts existenciais por qualquer coisa fora da rotina, esse tipo de burocracia pode ser o equivalente a… sprint final do BBB com todas as câmeras ligadas 24h.
Eu não sei se esse post é um desabafo, um pedido de ajuda ou só uma forma de registrar minha luta interna recente. Mas vamos lá.
Tô vendendo meu apartamento. Ou melhor… tentando vender. Porque o processo de “fechou a venda” até “entrou o dinheiro” virou uma montanha-russa emocional que eu não pedi pra estar, mas tô de cinto apertado até agora.
📉 O começo da novela
A venda foi acertada numa quinta-feira. Parecia tudo certo. A compradora ficou responsável por tirar a bendita certidão negativa de débito.
Beleza, né? É só esperar.
Só que aí veio o inferno silencioso:
Os dias passaram.
Teve feriado.
Ninguém me dava retorno.
A certidão não saía.
E minha mente já tava a mil: “ela desistiu”, “foi golpe”, “vou perder o aluguel”, “me ferrei de novo”.
Pra uma pessoa neurotípica isso pode ser só um “chato esperar”.
Pra mim, com TDAH + ansiedade, foi pânico paralisante disfarçado de cansaço.
🤯 Pane no sistema: eu tive
Nessa altura, minha cabeça já tava em looping.
Tentei não cobrar, tentei ser racional, mas a cada notificação que não era dela, minha ansiedade gritava:
“Você se ferrou de novo. Sabia. Tudo culpa sua.”
A realidade é que minha vida inteira eu tive dificuldade com processos longos.
Se não resolve rápido, meu cérebro entra em pane. Começa a queimar energia tentando “prever o pior cenário”, como se isso me protegesse.
Mas só me esgota.
🧘♂️ Respira. Faz parte do aprendizado.
O mais louco é que, mesmo com tudo isso, eu tô segurando a barra.
Teve dia que eu só consegui funcionar depois das 14h.
Teve manhã que eu quase liguei pro advogado chorando de raiva.
Teve noite que eu só queria deletar tudo e sumir do planeta.
Mas não fiz.
Tô aprendendo a deixar as coisas seguirem o fluxo. A confiar um pouco mais.
A reconhecer que meu cérebro funciona diferente, sim. E tudo bem. Não é preguiça, não é drama: é sobrevivência mental.
🧭 Por que estou escrevendo isso?
Porque ninguém fala sobre como processos “comuns” são violentos pra gente.
A galera fala sobre produtividade, organização, investimentos… mas ninguém prepara a gente pra o quão emocionalmente destruidor pode ser vender um imóvel quando você tem um cérebro hiperativo e emocionalmente frágil.
Se você se identificou, respira junto comigo.
Se não se identificou, que bom. Mas respeita quem vive isso.
💡 Conclusão: ainda não acabou. Mas eu também não.
Esse post não é “o fim da história”.
Ainda tô esperando resposta, ainda tô no meio do rolo.
Mas aprendi que:
Eu sou forte pra cacete (mesmo quando me sinto quebrado).
Eu posso me acolher mesmo sem saber o fim.
E que escrever isso aqui me ajuda. Muito.
Se você vive com TDAH, ansiedade ou qualquer outro transtorno que transforma tarefas simples em jornadas épicas…
Você não tá sozinho. E sim, a gente vai dar conta — nem que seja aos trancos, mas vai.
Tamo junto.
E sim, vou comemorar com um rodízio de pizza quando esse dinheiro cair. 🍕
(Não tô nem aí se vai ser terça-feira às 10h da manhã.)