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O que é TDAH? Entenda os Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

por Ricardo Berger
Introdução ao TDAH

Se você chegou até aqui, talvez esteja buscando entender melhor por que sua mente parece funcionar em um ritmo diferente. Talvez você conheça alguém que vive perdendo o foco, falando demais, se atrapalhando com tarefas simples, e não sabe se é “normal” ou sinal de algo mais. É aí que entra o TDAH — um termo cada vez mais comum, mas ainda cercado de dúvidas e preconceitos.

Neste artigo, vou explicar de forma clara, profunda e acessível o que é o TDAH, como ele afeta a vida e por que é tão importante falarmos sobre esse transtorno com responsabilidade e empatia.


O que é o TDAH?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurodesenvolvimental crônica, ou seja, que se forma durante o desenvolvimento do cérebro e permanece por toda a vida. Ele é caracterizado por três conjuntos principais de sintomas:

1. Desatenção

Pessoas com esse traço podem:

  • Ter dificuldade em manter o foco em tarefas simples

  • Esquecer compromissos e objetos com frequência

  • Cometer erros por distração

  • Parecer “no mundo da lua” mesmo em conversas importantes

2. Hiperatividade

A inquietação é quase constante, seja no corpo ou na mente:

  • Mover-se sem parar, balançar pernas, bater os dedos

  • Sentir desconforto ao ficar parado por muito tempo

  • Buscar estímulos constantemente, mesmo em situações que exigem calma

3. Impulsividade

A dificuldade de pensar antes de agir pode levar a:

  • Interromper os outros no meio de uma frase

  • Falar sem filtro

  • Tomar decisões precipitadas e se arrepender depois

Vale lembrar que nem todo mundo com TDAH apresenta os três conjuntos de sintomas. Existem diferentes subtipos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-impulsivo, ou combinado.


Diagnóstico do TDAH: como é feito e por quem?

O diagnóstico do TDAH não é feito por testes rápidos ou por autoavaliação online, apesar de muitos sites sugerirem isso. O caminho correto é procurar um psiquiatra, psicólogo ou neuropsicólogo com experiência clínica, que usará critérios baseados no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

Para o diagnóstico, é avaliada:

  • A frequência e intensidade dos sintomas

  • O tempo de duração (sintomas devem estar presentes por pelo menos 6 meses)

  • A idade de início (geralmente antes dos 12 anos)

  • O impacto funcional (escola, trabalho, vida social)

É comum que o diagnóstico em adultos só aconteça tardiamente, muitas vezes após um esgotamento, burnout ou crise de identidade.


O que causa o TDAH?

As causas do TDAH ainda não são totalmente compreendidas, mas as pesquisas apontam uma forte base genética. De acordo com a CHADD (Children and Adults with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder), até 80% dos casos têm um componente hereditário.

Outros fatores associados incluem:

  • Diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro (principalmente nos lóbulos frontais)

  • Exposição pré-natal a substâncias como álcool ou tabaco

  • Prematuridade

  • Traumas precoces

Importante destacar: TDAH não é causado por falta de disciplina, má criação ou uso excessivo de telas — esses mitos apenas reforçam o estigma e prejudicam quem precisa de acolhimento e tratamento.


Como o TDAH afeta a vida?

O impacto do TDAH vai muito além da dificuldade de prestar atenção. É uma condição que influencia quase todos os aspectos da vida cotidiana:

Na escola

  • Dificuldade de acompanhar o ritmo das aulas

  • Notas baixas apesar de alto potencial

  • Comentários como “é inteligente, mas não presta atenção”

No trabalho

  • Problemas para organizar tarefas e cumprir prazos

  • Hiperfoco em tarefas irrelevantes e procrastinação de tarefas urgentes

  • Sensação constante de estar “atrasado na vida”

Nos relacionamentos

  • Interrupções constantes e esquecimentos podem ser vistos como desinteresse

  • Dificuldade em manter amizades ou relações estáveis

  • Sentimento de inadequação social

Na saúde mental

  • Alta incidência de comorbidades, como ansiedade, depressão, transtorno do sono e abuso de substâncias

  • Baixa autoestima, sensação de fracasso e culpa crônica

A boa notícia? Com diagnóstico, tratamento e informação adequada, é possível viver com mais leveza, organização e autoestima.


Tratamento do TDAH: o que funciona?

Não existe uma cura para o TDAH, mas há muitas formas de manejo que podem transformar a vida de quem convive com ele. O tratamento mais eficaz costuma ser multimodal, ou seja, combinado.

1. Psicoterapia

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem mais recomendada. Ela ajuda o paciente a:

  • Desenvolver estratégias de organização

  • Lidar com a impulsividade

  • Reduzir a autocrítica

2. Medicação

Estimulantes como metilfenidato (Ritalina, Concerta) ou lisdexanfetamina (Venvanse) são amplamente usados. Em alguns casos, medicamentos não estimulantes são indicados.

Importante: nunca use medicamentos sem prescrição médica.

3. Estilo de vida

Mudanças simples podem fazer grande diferença:

  • Criar rotinas fixas

  • Praticar atividade física regular

  • Reduzir distrações no ambiente

  • Usar listas, alarmes e aplicativos de produtividade

  • Técnicas de mindfulness e respiração para acalmar a mente


Por que precisamos falar mais sobre TDAH?

Falar sobre TDAH com responsabilidade e empatia é essencial por três motivos:

  1. Para combater o estigma: TDAH não é frescura nem moda. É uma condição real, com base biológica, que merece atenção e respeito.

  2. Para ampliar o acesso ao diagnóstico: Muitos adultos passam a vida achando que são “bagunceiros” ou “sem foco”, quando na verdade convivem com sintomas há décadas.

  3. Para criar redes de apoio: Quanto mais visibilidade, mais pessoas encontram acolhimento, tratamento e pertencimento.


Conclusão

O TDAH não é apenas uma lista de sintomas — é uma maneira diferente de funcionar no mundo. Para mim, que convivo com TDAH e autismo nível 1, entender essa condição foi o primeiro passo para me perdoar, me reorganizar e começar uma nova jornada.

Se você se viu em algum trecho deste texto, saiba: você não está sozinho. O De Olho no Foco existe para ser esse espaço seguro, informativo e empático. Continue com a gente.


📚 Fontes confiáveis:

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